segunda-feira, 16 de junho de 2025

Animalyze - Powerhouse (2025) Dinamarca


A cena do rock dinamarquês ganha um novo e vibrante protagonista com o lançamento de "Powerhouse", o álbum de estreia da banda Animalyze. Formada em 2017 pelo guitarrista Clay Ronson e o baterista Chris Clark, a banda levou cinco anos para completar sua formação ideal com a adição da vocalista Vikki Mahrt e do baixista Mike Lauren em 2022. Este período de desenvolvimento estendido, culminando no lançamento de "Powerhouse" em 9 de junho de 2025, via Steelheart Records, sugere uma abordagem meticulosa na construção de sua identidade sonora. A dedicação em encontrar a química perfeita e refinar seu som antes de apresentar um álbum completo gerou uma antecipação considerável entre os fãs de rock.
"Powerhouse" é uma autêntica explosão de glam/sleaze rock dinamarquês, repleta de "riffs cativantes, bateria massiva, vocais imponentes e solos de guitarra flamejantes". O álbum captura perfeitamente a essência dos anos 80, com críticos elogiando a capacidade da banda de "reproduzir a vibração dos anos 80 perfeitamente". As comparações com ícones do gênero como Kix, Dangerous Toys, Great White, Ratt, Mötley Crüe, KISS, WASP e Def Leppard são frequentes, posicionando Animalyze firmemente dentro desse nicho. Embora o álbum seja descrito como "não muito original" , essa característica é, na verdade, uma força dentro do glam/sleaze rock. Para os entusiastas do gênero, a autenticidade e a homenagem fiel à estética dos anos 80 são frequentemente mais valorizadas do que a inovação radical. O sucesso do Animalyze reside em sua maestria desse som estabelecido, atendendo a uma demanda específica por rock nostálgico de alta qualidade, uma intenção clara desde a "paixão compartilhada pela atitude energética e crua da cena Glam Rock selvagem dos anos 80".
Entre as dez faixas que compõem "Powerhouse", destacam-se "Kings Of The Night", elogiada por usuários de fóruns por seu som impactante, e "Wild For Free", que recebeu uma análise dedicada. Embora alguns comentários em fóruns apontem que a "produção poderia ser melhor" em certas faixas , essa peculiaridade contribui para uma "vibração crua e retrô dos anos 80", alinhando-se com a natureza frequentemente menos polida do gênero. Essa nuance oferece uma perspectiva equilibrada, transformando uma possível imperfeição técnica em uma escolha estilística que aprimora o apelo do álbum para os puristas.
Em suma, "Powerhouse" é um brilhante debut que solidifica a posição do Animalyze na cena do glam rock contemporâneo. Rockney Colin, do Sleaze Roxx, chegou a declarar que este é "o melhor álbum de estreia de glam que ouvi desde o Reckless Love em 2011". Esta comparação com um álbum de estreia tão aclamado e influente de mais de uma década atrás eleva "Powerhouse" a um patamar de lançamento marcante, sugerindo um nível de qualidade e impacto que transcende a mera aderência ao gênero. Para os fãs de rock clássico dos anos 80, especialmente aqueles que apreciam bandas como Kix, Ratt e Mötley Crüe, "Powerhouse" é um álbum imperdível que promete se tornar um novo marco em suas coleções

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Buckcherry - Roar Like Thunder (2025) USA

Com "Roar Like Thunder", o Buckcherry entrega mais do que os fãs esperam: um rock 'n' roll puro, sem frescuras, que explode com energia e atitude. Se você já conhece a banda, sabe o que esperar – e eles cumprem a promessa.

Desde a faixa de abertura, "This and That", o tom é dado com riffs de guitarra contagiantes e a voz inconfundível de Josh Todd, que continua a ser o coração pulsante da banda. A faixa-título, "Roar Like Thunder", é um hino instantâneo, com um refrão poderoso que vai te fazer querer cantar junto. É o tipo de música que se encaixa perfeitamente em uma playlist de estrada.

O álbum é consistentemente forte, com faixas como "Good Time", que captura a essência festiva do rock, e "Whiskey In The Morning", uma balada rock mais introspectiva, mas ainda assim carregada de emoção. A banda demonstra sua versatilidade, transitando entre o hard rock energético e momentos mais melódicos sem perder a identidade.

A produção é nítida e direta, sem exageros, o que permite que a crueza e a paixão da performance do Buckcherry brilhem. Cada instrumento tem seu espaço, desde a bateria sólida que impulsiona as músicas até os solos de guitarra que são ao mesmo tempo técnicos e cheios de feeling.

"Roar Like Thunder" é um lembre-se do porquê o Buckcherry se mantém relevante na cena do rock. Eles não tentam reinventar a roda, mas sim aprimoram a fórmula que os tornou famosos: canções de rock honestas, com letras que falam sobre a vida, o amor e a busca por um bom tempo. É um álbum que irá agradar tanto aos fãs de longa data quanto aos novos ouvintes que buscam um rock genuíno e cheio de garra. Se você gosta de um rock sujo e direto, este álbum é para você.

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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Blind Alice - Nothing Changes (2025) UK


Blind Alice – "Nothing Changes": Um Regresso Triunfal ao Rock Enérgico

Há certas bandas que deixam uma marca indelével na nossa alma musical. Podem não ser a "chávena de chá" de toda a gente, mas de alguma forma, em algum lugar, certas bandas ressoam e oferecem algo que mais ninguém consegue. Os Doomsday Outlaw são uma dessas bandas para mim, por isso, quando três quintos do grupo decidiram sair após um par de álbuns estrondosos, senti-me um pouco desolado. Mas aqui estão eles, Steve Broughton (guitarra), John Mills (guitarra) e John Willis (bateria), com a sua nova e poderosa trupe de rock pesado: Blind Alice. Sinto-me um pouco como se estivesse a "trair" os Doomsday Outlaw com os Blind Alice, mas, honestamente, vou mergulhar de cabeça neste caso ilícito porque eles são simplesmente demasiado bons.
O álbum abre com a estrondosa e roqueira "Call A Doctor". É uma faixa otimista e contagiante, que imediatamente nos agarra com um riff clássico de Steve Broughton e preenchimentos alucinantes. E, sim, eles encontraram um vocalista à altura de Phil Poole em Matt Chubb. Esta é, sem dúvida, uma música para celebrar, para abrir umas cervejas e abanar a anca. A atmosfera muda ligeiramente com a introdução "eclesiástica" do órgão de Matt Ratcliffe em "Spin The Wheel", que rapidamente se desenvolve num groove marcante sobre o lamento soulful de Chubb.
A versatilidade vocal de Matt Chubb é evidente na sublime balada "If There Are Angels", uma canção com o potencial para ser a primeira dança de muitos casamentos no futuro. É uma balada comovente que mostra uma faceta mais suave e emotiva da banda. "Beg, Steal Or Borrow" traz uma sensação mais solta, ao estilo dos Rolling Stones, e fará as suas ancas mexerem-se novamente, antes da introdução bluesy de "You Couldn’t Be More Wrong". Esta última explode num rock corajoso, cheio de confiança e atitude, demonstrando a capacidade da banda de transitar entre o suave e o agressivo.
A pancada do baixo de Vince na faixa "Something Real" dá o pontapé de saída, enquanto Broughton e Mills "noodleiam" antes de se soltarem num groove funky, com um adorável Hammond a dar um impulso extra. "On The Scene" é forjada a partir do blues e apresenta um maravilhoso dueto vocal entre Chubb e Niki Colwell. Tem blues, tem soul e tem mais do que suficiente rock 'n' roll, provando a diversidade e a profundidade musical da banda.
As coisas ganham um toque sulista em "Never Say Goodbye", preparando o terreno para o enorme blues rock de "Performer", que traz à mente as sonoridades dos Bad Company. E preparem-se, porque o encerramento do álbum, "Imposter", vai abaná-los de forma intensa. É uma canção de "chamada e resposta" com outro riff poderoso cortesia de Broughton e Mills, e uma maneira perfeita de terminar este registo.
Este álbum foi muito aguardado, mas devo dizer que valeu a pena a espera. Da mesma forma que os Doomsday Outlaw têm um pouco de tudo na mistura, os Blind Alice também o têm. Há blues, há soul, há southern rock e há o rock mais pesado. Tudo é executado com mestria, e a composição das músicas é de classe mundial. É evidente que eles aperfeiçoaram estas canções, tornando-as as melhores que poderiam ser. Um reconhecimento especial também para o meu amigo, o baterista John Willis, que mantém tudo perfeitamente sincronizado e com uma contenção notável.
Simplesmente não há uma música má neste disco. Se houver alguma justiça, este álbum deveria vender alguns milhões de cópias. Isto precisa ser ouvido!

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Volbeat - God Of Angels Trust (2025) Dinamarca


"God Of Angels Trust" dos Volbeat, lançado quatro anos após "Servant Of The Mind", apresenta uma sonoridade mais focada e, surpreendentemente, mais pesada do que os seus trabalhos mais recentes, com uma ênfase renovada em riffs "grandes" e mensagens positivas de superação. Embora o álbum não seja unanimemente aclamado como o seu melhor trabalho, é amplamente visto como um retorno à forma em termos de consistência e peso, agradando aos fãs que sentiram que a banda se tinha tornado "mais suave".

Pontos-Chave da Avaliação:
Sonoridade Mais Pesada e Focada: O álbum é considerado o registo mais agressivamente metálico dos Volbeat até à data. Há uma clara adesão à fórmula "heavy riffs first", o que resulta em faixas que mantêm um alto padrão de peso ao longo do álbum, mesmo nas baladas. A banda parece ter encontrado um caminho de volta às suas raízes sem negar o presente, incorporando elementos de thrash metal e punk rock, que não eram tão proeminentes desde álbuns anteriores como "Beyond Hell".
Consistência e Qualidade:
Embora "Servant Of The Mind" tenha sido elogiado por alguns picos de variedade, "God Of Angels Trust" é notado pela sua maior coesão e um nível de qualidade mais consistente no material. A banda consegue manter a energia e o peso ao longo das dez faixas.
Performance Vocal de Michael Poulsen:
Michael Poulsen mantém a sua versatilidade vocal, transitando entre momentos que "roçam" o death metal e um crooning ao estilo de Johnny Cash ou Elvis embriagado. No entanto, algumas críticas apontam que, embora ele ainda seja capaz, a sua voz pode ter "menos do 'James Hetfield a estrangular uma cabra'" dos primeiros dias, indicando uma evolução ou uma mudança na sua abordagem vocal.
Destaques de Faixas e Temas:
"Devils Are Awake" e "By a Monster's Hand": São descritas como aberturas fortes e cheias de riffs, com uma intensidade significativa.
"Demonic Depression": Mencionada como uma das músicas mais brutais na história dos Volbeat, mas também muito cativante.
"Better Be Fueled Than Tamed": Caracterizada por um ritmo rápido e um estilo punk rock, com ecos de bandas como Dead Kennedys.
"Time Will Heal": Uma balada mais direta e com letras mais profundas sobre altos e baixos da vida e o crescimento através de momentos difíceis.
"In The Barn Of The Goat Giving Birth To Satan's Spawn In A Dying World Of Doom": Uma faixa notável pelo seu título extravagante e pela sua combinação de riffs "Sabbath-like", shredding potente e arranjos imprevisíveis.
"Lonely Fields": Evoca um humor melancólico e é descrita como uma canção muito pessoal de Poulsen, lidando com a perda do seu pai.
Recepção e Sentimento Geral:
A receção é geralmente positiva, com muitos a considerarem-no um álbum sólido e agradável. Alguns críticos sugerem que, embora seja um "bom álbum", e por vezes "ótimo", não é necessariamente o "melhor" dos Volbeat, mas sim "mais um álbum dos Volbeat", o que, para os fãs, é um ponto positivo. Para quem já gostava do estilo da banda, este álbum é um "trabalho bem feito". Há um consenso de que, embora não seja inovador, cumpre o que promete: metal mais pesado e focado. A saída do guitarrista Rob Caggiano em 2023 é notada, mas o seu substituto, Flemming C. Lund, é elogiado pela sua destreza.
Em resumo, "God Of Angels Trust" é um álbum que solidifica a identidade dos Volbeat com uma dose extra de peso e foco, oferecendo aos fãs uma experiência sonora consistente e energética que se mantém fiel às raízes da banda.

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Winterland - Life's What You Make It (2025) Alemanha


O álbum "Life's What You Make It" dos Winterland, lançado a 6 de junho de 2025 pela Rock Company, marca o regresso da banda alemã de Kaiserslautern às suas raízes, oferecendo uma coleção de rock melódico com uma sonoridade que evoca a camaradagem e a paixão pela música.
Com uma duração de pouco mais de 54 minutos e composto por 11 faixas (com a versão em CD a incluir 4 faixas bónus, reinterpretações de clássicos dos anos 80), o álbum apresenta uma mistura de composições dinâmicas e momentos mais atmosféricos.

Destaques do Álbum:
"I Want Out": A faixa de abertura é descrita como um convite rápido e cativante ao rock melódico, estabelecendo o tom do álbum com um refrão vibrante.
"I Don't Know": Segue-se com um toque de funk ágil, onde o baixo fretless se destaca, demonstrando a confiança rítmica da banda.
"Reach For The Sky": Uma roqueira enérgica com solos de guitarra elegantes, que complementam letras sobre manter a individualidade num mundo cada vez mais padronizado. "Life's What You Make It" (faixa título): Provavelmente um hino inspirador que encoraja a autoafirmação.
"Personality" e "Run Away": Faixas que oferecem refrões que "sobem" e são entregues com grande ímpeto, com o vocalista Stephan Hugo em plena forma.
"After The Storm": Apresenta uma combinação de versos melancólicos com um refrão luminoso, criando uma atmosfera cativante.
"Missing": Destaca-se por uma sonoridade mais sombria e ameaçadora, com linhas de guitarra ardentes de Markus Pfeffer a dançar sobre uma linha de baixo pulsante, remetendo a uma aura "Ghost-like".
"Through The Barricades": O álbum regular encerra com uma reinterpretação do clássico dos anos 80 dos Spandau Ballet, "Through The Barricades", com arranjos mais esparsos e convidados como o teclista francês Jorris Guilbaud (HEART LINE) no piano de cauda e a vocalista Sabrina Roth na flauta.

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quarta-feira, 11 de junho de 2025

Inglorious - V (2025) UK

O álbum "V" de Inglorious, simbolizado pelo marcante logótipo "V" que aparece no videoclipe de "Testify", representa mais um capítulo na evolução desta banda britânica de hard rock. Conhecidos pela sua reverência ao classic rock e às vozes poderosas, "V" promete entregar a essência do que Inglorious faz de melhor, ao mesmo tempo que pode explorar novas nuances em sua sonoridade.
As músicas em "V" continuam a tradição de Inglorious de evocar os grandes nomes do hard rock dos anos 70 e 80, mas com uma abordagem moderna e fresca. Espere canções com melodias cativantes, refrões que ficam na cabeça e uma energia crua que se traduz bem tanto em estúdio quanto ao vivo.

Conclusão:
"V" de Inglorious, consolida a reputação da banda como uma das mais vibrantes no cenário do hard rock atual. O álbum será um deleite para os fãs do classic rock que anseiam por uma sonoridade autêntica e poderosa, entregue com paixão e habilidade técnica. O álbum mantem o nível de energia e a qualidade de composição, "V" será uma adição robusta e memorável à discografia de Inglorious.

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A-Z - A2Z² (2025) USA


"A2Z²", o segundo álbum da banda A-Z, liderada pelos veteranos Ray Alder (Fates Warning) e Mark Zonder (Fates Warning, Warlord), foi lançado a 6 de junho de 2025 pela Metal Blade Records e tem recebido críticas muito positivas da imprensa e dos fãs. O álbum demonstra a mestria da banda em combinar metal progressivo com hard rock melódico, resultando num som que é ao mesmo tempo sofisticado e acessível.

Estilo Musical e Influências:

"A2Z²" aprofunda a sonoridade estabelecida no álbum de estreia da banda, "A-Z" (2022), mas com uma abordagem mais progressiva e, em alguns momentos, mais pesada. As influências de bandas como Fates Warning e Saga são evidentes, mas A-Z consegue criar uma identidade própria, com melodias cativantes e composições intrincadas. O álbum equilibra momentos de virtuosismo instrumental com refrões memoráveis, garantindo que as músicas sejam tanto desafiadoras quanto agradáveis de ouvir.

Destaques Musicais:

"Fire Away": A faixa de abertura do álbum, descrita como "trovão furioso", demonstra a energia e a nuance da banda, combinando elementos de heavy e progressive metal.
"Nothing Is Over": O primeiro single do álbum, esta música explora um lado mais pesado e profundo da banda, com letras inspiradas na obra de H.P. Lovecraft. A voz de Ray Alder mostra uma agressividade incomum, mas impressionante.
"I Am Numb": Esta faixa, também lançada como single, apresenta um som mais comercial, mas ainda assim cativante, com ecos de "A Pleasant Shade Of Grey" dos Fates Warning.
"The Remedy": Lançada como single com um videoclipe, esta música destaca riffs pesados e intrincados, tocados com aparente facilidade pelos músicos de classe mundial da banda.

Membros e Produção:

A formação de A-Z conta com músicos experientes, incluindo Philip Bynoe (baixo), Simone Mularoni (guitarra), Jimmy Waldo (teclados) e, claro, Ray Alder (vocais) e Mark Zonder (bateria). A produção do álbum, com mixagem e masterização por Simone Mularoni, é de alta qualidade, garantindo que cada instrumento e voz se destaquem com clareza e poder. A capa do álbum, criada pelo renomado Hugh Syme (Rush, Fates Warning), apresenta uma imagem vívida de uma zebra a comer uma maçã, um trocadilho inteligente com o nome da banda.

Conclusão:

"A2Z²" é um álbum essencial para os fãs de metal progressivo e hard rock melódico. A banda demonstra um domínio impressionante do seu ofício, com canções bem construídas, performances vocais e instrumentais de alta qualidade e uma produção impecável. O álbum é ao mesmo tempo acessível e desafiador, com melodias memoráveis e arranjos intrincados que recompensam audições repetidas. "A2Z²" solidifica a posição de A-Z como uma força a ser reconhecida no cenário do metal progressivo moderno.

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The Dead Daisies- Lookin’ For Trouble (2025) Internacional


The Dead Daisies - Lookin' For Trouble: Um Mergulho Energético no Blues

Lançado em 30 de maio de 2025, "Lookin' For Trouble" marca um ponto de virada fascinante na discografia da superbanda de hard rock The Dead Daisies. Conhecidos por seu rock visceral e riffs poderosos, a banda surpreendeu seus fãs ao dedicar este oitavo álbum de estúdio inteiramente ao blues. E o resultado? Uma homenagem incendiária e autêntica que infunde clássicos atemporais com a inconfundível energia e o "swagger" característicos dos Daisies.

A gênese de "Lookin' For Trouble" é tão cativante quanto o próprio álbum. Concebido durante as sessões de gravação do seu álbum de rock "Light 'Em Up" (também de 2024), no icônico FAME Studios em Muscle Shoals, Alabama, o que começou como jams noturnas informais de blues rapidamente evoluiu para um projeto completo. O ambiente lendário do FAME Studios, que já acolheu nomes como Aretha Franklin e Etta James, parece ter imbuído a banda – composta por John Corabi (vocal), David Lowy (guitarra), Doug Aldrich (guitarra), Michael Devin (baixo) e Sarah Tomek (bateria) – com a essência bruta do blues.

O álbum é uma jornada através de um cânone do blues, com The Dead Daisies reimaginando faixas de gigantes como Muddy Waters ("I'm Ready"), Freddy King ("Going Down"), John Lee Hooker ("Boom Boom"), Lead Belly ("Black Betty"), B.B. King ("The Thrill Is Gone"), Albert King ("Born Under A Bad Sign"), Robert Johnson ("Crossroads", "Sweet Home Chicago"), Rufus Thomas ("Walking The Dog") e Howlin' Wolf ("Little Red Rooster"). A abordagem da banda não é de mera reprodução; é de reinterpretação. Eles pegam a alma dessas canções e as injetam com a sua própria dose de hard rock, resultando em versões que são simultaneamente reverentes e revigoradas.

A performance instrumental é, como esperado, impecável. Doug Aldrich brilha em cada solo, entregando a melodia e a garra necessárias para honrar os mestres do blues, enquanto adiciona sua própria assinatura de rock. A seção rítmica, com Michael Devin e Sarah Tomek, fornece uma base sólida e pulsante que impulsiona cada faixa. John Corabi, por sua vez, empresta sua voz rouca e emotiva, perfeita para o tom cru e apaixonado que o blues exige.

"Lookin' For Trouble" é mais do que um álbum de covers; é uma declaração de amor ao blues, executada com a maestria e a paixão que The Dead Daisies se propõem a fazer. É um álbum que irá agradar tanto aos fãs de longa data da banda, que apreciarão a incursão em um novo território com a mesma atitude de sempre, quanto aos puristas do blues, que verão suas canções favoritas ganharem uma nova vida com um toque de hard rock moderno. Uma prova de que o blues é, de fato, a "alma da música", capaz de inspirar e transcender gêneros. Um lançamento essencial para 2025.

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Pino Scotto - The Devil's Call (2025) Itália

“The Devil’s Call” marca o retorno vibrante do veterano do hard rock italiano Pino Scotto, agora com 75 anos e longe de desacelerar. O álbum, com duração de cerca de 47 minutos, traz 11 faixas que transitam entre hard rock, blues, rock ‘n’ roll e southern rock, entregando um som moderno sem perder a essência clássica.
Após o álbum anterior, “Dog Eat Dog” (2020), considerado um tanto decepcionante, Scotto repete a parceria com Steve Angarthal (ex–Fire Trails), que assume praticamente todos os instrumentos – guitarras, baixo, teclados, ukulele, percussões, vocais de apoio – além de produção, mixagem e arranjos . O resultado é um disco coeso, bem trabalhado, com arranjos limpos e vigorosos.
Destaques das faixas
“No Fear, No Shame”: abertura explosiva, poderosa e direta, que define o tom do álbum
“Phantom Humanity”, “Good and Evil Dance” e “A Time for War”: com toques setentistas e uso marcante de órgão Hammond do tecladista Enzo Messina
“A Dozen Souls”: destaca-se por sua abordagem introspectiva e solos intensos de guitarra, mostrando o lado mais emocional de Scotto .
“True Friend”: um midtempo emocional, celebração dos valores da amizade, muito bem recebida e lançada como single
“Big Mama”: crítica mordaz aos EUA, com uma pegada blues sólida e letra incisiva
Faixa-título, “The Devil’s Call”: fala sobre pessoas movidas por ambição desmedida, um dos temas mais reflexivos do disco
A voz de Scotto continua rasgada, potente, com vibrato controlado e momentos de rouquidão expressiva — ideal para transmitir autenticidade e emoção. Comparado ao álbum anterior, sua performance está muito mais focada e convincente .